sábado, 1 de agosto de 2009

Socorro!!!!!

Ser “esquentadinho”, “impaciente”, “intolerante”, não é mais característica de poucos. Numa época em que cada um corre atrás do seu, sem ter tempo para nada, nem mesmo para respeitar o outro, é difícil controlar reações.

Quem anda pelo Centro do Rio sabe bem do que eu estou falando. É gente correndo, gente entregando papel, gente sem rumo, gente vendendo coisa, gente pedindo dinheiro, gente oferecendo dinheiro (empréstimo), gente pensando na morte da bezerra, gente fazendo show. Tem gente de todo tipo e, quase sempre, do tipo completamente sem noção.

Num cenário desse, raros são os santos que conseguem manter a calma. Mas e para chegar até lá? Você acorda cedo, pega ônibus/trem/metrô lotado, atura horas de aperto, em pé, com direito a cotoveladas, puxão de cabelo, mochiladas, odores estranhos, cabelos alheios que pingam, ambulantes berrando, barrigudos assobiando (é sempre um barrigudo), adolescentes de preto ouvindo barulho ensurdecedor, projetos de pastor, projetos de cantor. Tem de tudo na viagem.

O que esse povo não entende é que, sim, eles têm o direito de gostar do que quiserem. Mas, meu Deus, o mundo inteiro precisa participar disso? Outro dia estava no ônibus, já irritadíssima por ter esperado horas, e eis que entra um grupo de delinqüentes potenciais. Gritavam um funk acompanhado de barulho estridente que vinha de um celular. (Nada contra funk. Não em lugares apropriados.) Minha cara de insatisfação não surtiu efeito, a cara de ódio também não. Tentei a cara de “vou pular no teu pescoço e te matar”, mas não teve jeito. Até que uma senhora, muito corajosa, perguntou em tom de brincadeira: meu filho, será que não tem outro repertório aí não? Pensei: eles serão educados e pelo menos o volume dessa porcaria vão baixar. Doce ilusão. O estúpido respondeu: o celular é meu e vou ouvir o que eu quiser.

A senhora? mudou de lugar. Eu? Nutri um sentimento inclassificável por aquele elemento durante toda a viagem. Que ideia é essa de educação, de respeito? Ele pode ouvir a meleca que quiser no raio que o parta. Eu é que não sou obrigada a compartilhar disso.

Mas, enfim, se você costuma passar por situações como essa e chegar perto do descontrole (como eu), agradeça todos os dias ao iluminado inventor do MP3. Se Pedro Bial aconselha a usar filtro solar, eu aconselho a usar... MP3. Sempre. Todos os dias. Vá por mim, é uma questão de sanidade mental.

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