domingo, 11 de dezembro de 2011

Cafezinho com a Bia



Falar de futebol, no meu caso, é correr o risco de perder alguns amigos. Mas, se eles secretamente me derem algum crédito, não ligo de perdê-los. Já ouvi mais de uma vez o seguinte comentário: “A coisa que mais odeio no mundo é mulher que acha que entende de futebol e se mete a comentar.” Ok. É fato que perto das grandes finais a quantidade de mulher que aparece repentinamente ‘louca’ pelo seu time, e pronta a defendê-lo sem argumentos, é gigante (e engraçada). Mas, por outro lado, (agora vão me matar) não há de tão complexo que qualquer mulher inteligente não possa conhecer, e entender, de um dia para o outro. Difícil é que ELES reconheçam isso.

Acho futebol nada mais que uma enorme bobeira lucrativa. Não ignoro o poder de fascínio que tem sobre garotos desde pequenos. Alguns aprendem primeiro a chutar e só depois a falar. Mas não deixa de ser um grande besteirol. Exemplo: seu time não vence o brasileirão há anos e então este ano ganha. Nos dois dias seguintes você vai gritar, ficar rouco, encher a cara, correr pelado, sacanear os amigos de outros times, etc.. Ok. E depois? Nas discussões de bar você vai jogar esse título na mesa e seu amigo vai jogar outros três do time dele. Que diferença faz? Venci este ano. E daí?! Me diz o que mudou na sua vida!!!

Não me entenda mal, gosto de futebol, adoro meu time, também torço e grito. Mas defendo que seja um entretenimento comum, como ir ao cinema ou gostar de uma série de TV. Dedicar uma vida a isso só é válido para quem se sustenta com isso. E mesmo assim há exceções. Vemos aí a brilhante estrela anã do Barcelona, Messi. Passou metade da vida no clube, desde criança. Transformado num robô, uma máquina destinada a vencer. Deu certo para o clube, para o bolso dele e para a história. Mas a que preço? Longe da família, se virando sozinho desde muito cedo, treinando, treinando e treinando longe do seu país, das suas origens.

Muita gente certamente discorda de mim, mas, me desculpe, eu não entregaria meu filho com 12 anos para passar a vida inteira fazendo a mesmíssima coisa, focado, tenso, pressionado, e tudo isso longe da família.

Messi é melhor que Neymar? Sim, infelizmente sim. Mas me atrevo a dizer que um é muito mais alegre que outro. E não é só uma questão de personalidade. Neymar está em casa, está se divertindo com suas presepagens, está sempre rindo e jogando leve. Ídolo, assim como Messi, mas sem ter ficado isolado, sem cara amarrada, timidez e bloqueio. Neymar tem menos de 20 anos. É claro que precisa concentrar na carreira, mas sem evitar a própria vida para isso. Eu aposto que ele chega lá. Com fanfarrice e tudo.. no tempo dele. Messi já chegou. “E agora????”, ele deve pensar.