terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ou será que tenho?


O post anterior tem uma ressalva. E hoje fiz questão de escrever sobre ela. Eu não tenho mesmo essa inspiração que dá e passa; e vem de dentro de cada um. Quando, e se, der vontade de escrever, é só ter papel e caneta que alguma coisa vai sair - mesmo que seja uma bela porcaria. O quero dizer é que não preciso ver um pombo para começar um livro sobre a paz.

Por outro lado, não posso negar que existam pessoas que me inspiram. Ou, melhor que isso, despertam uma disposição abissal em mim, que acaba por gerar boas coisas. Não é tão comum, não sou de ter heróis (e geralmente nem dura). Mas quando acontece, é como começar de novo.

Outro dia entrei, por acaso, no blog de um artista – que também é jornalista – e, cara, me fez pensar. Não pelo texto especificamente, mas pelo o que ele fez da vida; que é exatamente o que eu sonhava para a minha quando ainda sonhava ‘romanticamente’ com o futuro.

Não acho que basta querer, nem acredito nessas pessoas que dizem “tive coragem e fui”. Acho que tem muita sorte envolvida também. Mas, fato inegável (e totalmente clichê): não posso ter sorte se não for atrás. E esse cara... nossa! Lê-lo foi como olhar para mim mesma num passado recente.. que agora parece tão distante.

“... uma das coisas que mais gosto em mim é essa força que não sei de onde vem... mas que me faz engolir vivo o temor, as contradições, traumas e cansaços para fazer a coisa acontecer de verdade”, ele disse. Lembrei que também já tive orgulho disso um dia. E que hoje o que tenho é uma coleção de medos bobos que só me permitem trilhar o caminho mais fácil. Consequentemente mais chato.

Não sou frustrada, e estou certa de que nunca serei. Porque tenho memória e já fiz muita coisa legal. Mas sei que estou cada vez mais comum; cada vez mais perdida no todo. E tinha deixado de me importar com isso.

Foi na hora certa que ‘tropecei’ nessa figura da melhor qualidade; que, sem querer, me reapresentou a pessoa que quero ser. Pena tratar-se de alguém tão inacessível, porque sei que seria um amigo daqueles caídos do céu, feitos sob medida. Mas já compensa muito saber que existem pessoas assim, corajosas, talentosas, inteligentes; que despertam o melhor do outro sem sequer saber disso. Só sendo quem são.

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