Parece que todos eles se divertem, se sentem mais dignos (e talvez mais úteis), disputando a última palavra, o discurso mais eloquente, a cara mais assustadora. O irritante é que essa testosterona toda só aparece quando se trata de briguinhas ‘lado A X lado B’. É esse o tipo de pauta que os faz pular felizes da cama na SEGUNDA-FEIRA (dia normalmente morto no Senado) e ir discursar – guerrear - no plenário.
E fica nítido os que estão ali essencialmente para aparecer; treinar uma retórica ultrapassada; tentando, aos trancos e barrancos, ressuscitar no cenário político. Aliás, palco político soaria melhor que cenário neste caso.
Mas este post não pretende julgar ninguém, porque condenando-se um absolve-se outro, e não vejo lado algum que mereça defesa ali. A cara-de-pau de quem arquiva todas as denúncias sobre a múmia da política atual é tão desprezível quanto a de quem acusa só até certo ponto, porque a partir dali pode sobrar para todo mundo. Isso fica claro nas defesas estilo ‘devo, mas quem não deve?’, que raras vezes são desafiadas.
As questões: como é que ficam as outras pautas, quando só se fala em múmia? Então a principal utilidade do Senado é discutir corrupção no Senado? Por que não separar um grupo e investigar de uma vez todas as acusações? Por que arquivar tudo num dia sabendo que vai ter recurso no outro? É uma perda de tempo tão ridícula, um desgaste tão irracional, que não é possível que compense.
Mas não tem fim. Essa brincadeirinha não tem fim. Até, é claro, que seja substituída e esquecida assim que um novo escândalo vier à tona. E neste dia o Senado ficará lotado outra vez; e dedos serão levantados outra vez; e xingamentos proferidos; enquanto outros coronéis, cangaceiros de #$%¨$ e múmias tomam novamente os papéis de protagonistas na nossa história.
Que malas que vocês são, meus caros!
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